Na Liturgia deste Domingo veremos, na 1ª Leitura (Mq 5,1-4a), que o profeta Miquéias fala do ambiente humilde onde irá nascer o Messias, fala da pequenina cidade de Belém, cidade natal do Rei Davi, “Ele será a Paz” (Shallon). Será um mundo novo, será um reino de paz e de amor, construído e acolhido nos corações dos humildes.

Penso que esta Palavra de Deus nos pede, hoje, que sejamos humildes, ao menos de coração. A Basílica da Natividade, em Belém, só tem uma porta de entrada, e é tão baixa que não se pode passar por ela senão inclinando-se profundamente. Há quem diz que foi construída assim para impedir que os beduínos entrassem montados em seus camelos. Mas a explicação que sempre se deu é outra. Essa porta devia recordar aos peregrinos que para penetrar no significado profundo do Natal, é preciso abaixar-se e tornar-se pequenos. Que olhando para cada um de nós e de nossas atitudes, Jesus possa novamente exultar de alegria e dizer: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos.”

Na 2ª Leitura (Hb 10,5-10), o Apóstolo Paulo nos diz que somos chamados a fazer, em tudo, a vontade de Deus, nos assemelhando cada vez mais com Jesus, a ponto de poder exclamar: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2,20). Mas, para que isso aconteça, temos que realizar esta vontade com satisfação e não com murmurações.

No Evangelho (Lc 1,39-45) vemos que Maria é proclamada feliz e bendita porque soube ouvir a voz de Deus e cumprir sua vontade. Maria enxerga o que o ‘outro’ precisa, é solidária, faz de sua visita um dom de proximidade e ternura. “Foi às pressas” para se colocar à serviço e “permaneceu” o tempo necessário para edificação do Projeto de Deus.

Maria é a habitação viva de Deus no meio dos seres humanos, é a portadora da presença divina que salva. Maria levou Jesus em seu seio, nós devemos levá-lo em nosso coração. Com Maria, chegaremos até Belém.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.

Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá-PR