Na Liturgia deste Domingo, veremos, na 1ª Leitura (Nm 11,25-29), que a Palavra de Deus não é monopólio de ninguém, que os dons de Deus não podem ser privatizados ou restritos a determinadas pessoas ou instituições e que não podemos reter o que Deus concedeu para a vida de todos.
Na 2ª Leitura (Tg 5,1-6), Tiago denuncia o acúmulo de riquezas de alguns, a custo da miséria de muitos. Ele nos diz que Deus não deixará de ouvir o grito das pessoas injustiçadas e pedirá contas a quem retém os recursos que ele destinou a todos.
No Evangelho (Mc 9,38-48), vemos que Jesus não nos pede licença para se comunicar, diferente de nós, frente às realidades complexas. Ele nos diz que o escândalo é acumular à custa da miséria, fechar-se, não servir. Uma Igreja que se fecha em si, que não se deixa interpelar pelos problemas e sofrimentos dos menores. Jesus prega a radicalidade do Reino com símbolos fortes: cortar a mão, isto é, o mau agir; cortar o pé, isto é, corrigir a direção errada; arrancar o olho, isto é, o modo de ver as coisas com cobiça, ciúme, inveja, ambição etc.
Oxalá ninguém precise apresentar, um dia, diante do Tribunal de Deus, a desculpa que não sabia que era necessário se comprometer e transformar as realidades temporais. Enquanto é tempo, escutemos o clamor dos que sofrem, pois, caso contrário, “mesmo que um morto ressuscite, não ficaremos convencidos” (Lc 16,19-31).
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá-PR
Leia na íntegra: https://arquidiocesedemaringa.org.br/artigos/1971/reflexao-liturgia-do-xxvi-domingo-do-tempo-comum-ano-b-29-09-2024-27-09-2024
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